Trabalho entre pares (alunos) para o desenvolvimento de competências pessoais e sociais

É na escola que se pode aprender e treinar competências e atitudes que promovam uma relação positiva com o risco, o saber planear e calcular oportunidades e identificar ameaças, desenvolver a capacidade de tomar iniciativa e inovar com responsabilidade e racionalidade. Pretende-se a formação de cidadãos pró-activos que integrem competências curriculares empreendedoras, que questionem a sua realidade e operem mudanças. Ajudar cada indivíduo a desenvolver todo o seu potencial e a tornar-se um ser humano completo. Deve igualmente aprender a pensar em termos de sistema e a situar-se como utilizador e cidadão, ao mesmo tempo a nível individual e como membro de um grupo. De acordo com Canário (2005) a aprendizagem implica sempre uma tripla relação: com os outros, com o mundo e consigo mesmo. Estes três aspectos são indissociáveis e é a articulação entre estas três dimensões que dá ou não sentido às aprendizagens. Só se aprende alguma coisa em situações que façam sentido para o sujeito; assim, a questão central da Escola é a construção do sentido. Nesta perspectiva, a grande questão que deve estar presente nas escolas é dar sentido ao trabalho escolar e não só centrar-se nas questões técnicas e didácticas da aprendizagem formal, nomeadamente em termos de disciplinas. Isto implica a transferência de conhecimentos do contexto de aprendizagem para o contexto da realização, a mobilização de conhecimentos em contexto (saber fazer), aprendizagens funcionais (conhecimentos com utilidade e relevância social), multidisciplinaridade (cruzamento de saberes e de diferentes perspectivas sobre a realidade) e aprendizagem ao longo da vida (autonomia e disponibilidade para novos processos de aprendizagem, de acordo com as necessidades e motivações profissionais).
Para fazer face aos renovados desafios que se lhes colocam, em condições de qualidade e equidade, da forma mais eficaz e eficiente possível, a gestão e organização da Escola deve organizar-se de forma a potenciar as capacidades e competências de cada um dos seus agentes e parceiros.
Na educação de base, convém encontrar um justo equilíbrio entre a aquisição dos saberes e as competências metodológicas que permitem aprender por si. Acreditamos numa Escola Inclusiva, de rigor e de exigência. Uma Escola de Qualidade que se torne motor de cidadania, alicerce de uma vida social, emocional e intelectual, que seja um todo integrado e dinâmico para todas as crianças e jovens, sem excepção.

Bibliografia de apoio

  • Apresentação do orador
  • Afonso, Maria Rosa (2007) Educação para a Cidadania – Guião de Educação para a Cidadania em contexto escolar… Boas Práticas Ministério da Educação Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular
  • Canário, R. (2005). O que é a escola? Um “olhar” sociológico. Porto: Porto Editora.
  • Capucha, Luís et al (2009) Mais escolaridade – realidade e ambição. Estudo preparatório do alargamento da escolaridade obrigatória. Lisboa: Agência Nacional para a Qualificação
  • Lopes, João et al (2011) Competências sociais – aspectos comportamentais, emocionais e da aprendizagem, 2ª Edição, Braga: Psiquilibrios Edições
  • Francisco, Ana Paula et al (2006) Educação para a Cidadania – Guião de Educação para o Empreendedorismo Ministério da Educação Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular
  • Niza, Sérgio (2005) Uma Democracia Participada na Escola: a Gestão Cooperada do Currículo in Escola Moderna – Revista do Movimento da Escola Moderna, nº 24, 5ª Série (52-56)
  • Nunes, Cristina (2005) Educação para a Cidadania: Reflexões de uma Psicóloga Educacional in Escola Moderna – Revista do Movimento da Escola Moderna, nº 24, 5ª Série (48-51)
  • Pires, Júlio et Santo, José António Espírito (2001) Influência dos métodos pedagógicos no Desenvolvimento moral da criança in Escola Moderna – Revista do Movimento da Escola Moderna, nº 12, 5ª Série (11-31)
  • Rey, Bernard et al (2005) As competências na escola – aprendizagem e avaliação. Vila Nova de Gaia: Gailivro
  • Sacristán, José Gimeno et al (2011) Educar por Competências – O que há de novo? Porto Alegre: Artmed
  • Serralha, Filomena (2001) Organização Cooperada e desenvolvimento Sócio-Moral in Escola Moderna – Revista do Movimento da Escola Moderna, nº 12, 5ª Série (49-58)
  • Walberg, Herbert J. et Paik, Susan (sd) Práticas educativas eficazes, UNESCO, Série Práticas Educativas – 3 in http://www.ibe.unesco.org
  • Conclusões do Conselho de 12 de Maio de 2009 sobre um quadro estratégico para a cooperação europeia no domínio da educação e da formação («EF 2020») (2009/C 119/02) in Jornal Oficial da União Europeia
  • Projecto Educativo -“Sementes para um futuro melhor”, Agrupamento de Escolas Professor Agostinho da Silva – 2009 / 2012