A liberdade dos media: vítima de guerra?

A guerra na Ucrânia, além do confronto no terreno, também se desenvolve nos media, tradicionais e novos media, pela cobertura jornalística, intervenção de analistas e comentadores, participação de pessoas comuns, que captam e partilham imagens, pelos serviços de informação e de atividades de desinformação.  

Os media também se transformaram em arma e em alvo do conflito. A este propósito, tem sido merecedor de atenção o blackout informativo imposto pelas autoridades russas, designadamente a criminalização do uso de certas palavras e atuações jornalísticas, bem como a imposição de obstáculos à atividade dos media estrangeiros na Rússia. Também tem sido assinalada a proibição dos serviços Russia Today e Sputnik na União Europeia, por serem considerados instrumentos de desinformação.  

Por outro lado, também tem sido questionada a cobertura jornalística da guerra, em especial a televisiva, havendo quem chame a atenção para o recurso, sem a necessária verificação, a imagens captadas por cidadãos e por agentes das partes em conflito.  

Importa, assim, refletir sobre o modo como os media estão a cobrir a guerra e sobre o modo como as autoridades estão a lidar com os media.  

Neste quadro, como ponto de partida para esta reflexão, colocamos a questão se não será a liberdade dos media outra vítima desta guerra?