Esta apresentação visa proporcionar uma panorâmica muito geral sobre o desenvolvimento de recursos educativos digitais por profissionais, bem como explicitar a necessidade da especialização como via para uma melhoria da qualidade do que é produzido.Nela são abordados tópicos essenciais como a credibilidade e idoneidade do que é produzido e a imperiosidade de olhar os recursos educativos digitais como itens que poderão ter uma utilização isolada mas também como elementos dentro de sistemas mais complexos e multifuncionais.

No essencial, ambicionamos clarificar 3 pontos: a razão porque se desenvolvem recursos educativos digitais “profissionalmente”, como essa tarefa é levada a cabo no seio de uma organização como a Porto Editora e qual a finalidade deste trabalho.

Pretendemos também colocar em perspetiva a necessidade de olhar a integração de recursos educativos digitais e plataformas nos processos de ensino e aprendizagem do Ensino Básico e Secundário como uma realidade diferente da que é vivenciada no Ensino Superior. E fazemo-lo a propósito das alusões à alegada utilidade das redes sociais para fins educativos curriculares, da mitologia do multitasking e de outros equívocos que o entusiamo que as TIC despertam na generalidade das pessoas vai motivando.

Por último, quisemos também explicitar que a coexistência de conteúdos “usergenerated” com recursos educativos digitais de origem profissional não é somente possível mas é até desejável. Porém, entendemos igualmente que é forçoso que num cenário em que se exige legalmente certificação externa, por exemplo, para os manuais escolares, exista pelo menos o cuidado de sermos igualmente exigentes com a qualidade dos recursos educativos digitais que usamos.

Questões colocadas ao orador

Quantos elementos compõem a área de produção de RED da Porto Editora

A equipa do Centro Multimédia da Porto Editora é composta por 51 elementos. Neste total não estão obviamente incluídos os colaboradores externos à empresa, temporários ou permanentes, nem os programadores informáticos, que fazem parte de outro departamento da empresa. Do mesmo modo, existem muitas outras colaborações de elemento de outros departamentos da empresa.

Em média, quanto tempo demora a desenvolver um RED desde a ideia inicial à sua distribuição.

Conforme compreenderá, não existem dois RED iguais, pelo que é impossível responder a essa questão. De qualquer modo, existem referências baseadas no nosso histórico que apontam, por exemplo, para que sejam necessários 5 a 6 meses de trabalho para desenvolver na integra todos os recursos de uma dada disciplina/ano. Creio que este tipo de avaliação permite ter uma ideia simultaneamente mais genérica e mais realista porque estão regra geral em causa, num exemplo deste tipo, cerca de 300 páginas web e algo em torno dos 1200 RED (simples, complexos, com animação, videográficos, locucionados, etc.). E quando referimos 5 a 6 meses estamos a falar de “duração” – na realidade , o número de horas de trabalho investidas é substancialmente maior, porque existem várias tarefas em desenvolvimento simultâneo.

Bibliografia de apoio

• The Shallows, Nicholas Carr, 2011
• The Big Switch, Nicholas Carr, 2009
• The Cult of the Amateur, Andrew Keen, 2007
• TheSearch, John Battelle, 2006
• Wikinomics, Don Tapscott, 2006
• The Long Tail, Chris Anderson, 2006
• Open Business Models, Henry Chesbrough, 2006
• The Paradox of Choice, Barry Schwartz, 2005
• The Wisdom of the Crowds, James Surowiecki, 2005
• Everything Bad is Good for You, Steven Johnson, 2005
• Blown to Bits, Philip Evans, 1999