A gestão da indisciplina nas escolas e nas salas de aulas
Não havendo respostas pronto-a-vestir para lidar com as mesmas, há, certamente, respostas mais e menos adequadas que dependem, em primeiro lugar, do modo como os professores são capazes de refletir sobre o fenómeno da indisciplina escolar. O que se verifica é que nem as leituras catastrofistas, nem as abordagens voluntaristas permitem que os docentes enfrentem com probabilidade de sucesso as situações que perturbam o trabalho e a vida nas escolas. Só as leituras que entendam a indisciplina como um fenómeno muito diverso e contextualizado é que permitirão sustentar decisões e ações consequentes e produtivas. Teremos que começar por avaliar a visão catastrofista sobre a indisciplina e as respostas que esta mesma visão inspira, as quais se definem, exclusivamente, como respostas de caráter punitivo que, de um modo geral, não se adequam a escolas marcadas por preocupações educativas mais ambiciosas e percorridas por um corpo de alunas e alunos social e culturalmente mais heterogéneo.